domingo, 24 de fevereiro de 2008

Ana Carolina, 11ºC


Temos de falar sobre o Kevin, de Lionel Shiriver




Temos de falar sobre o Kevin é um livro da escritora e jornalista Lionel Shiriver. Kevin é um adolescente que dois dias antes de fazer dezasseis anos disparou contra 7 colegas da escola, um funcionário da cantina e um professor do liceu. Agora, passados dois anos, Kevin encontra-se numa prisão para jovens delinquentes e a mãe vê-se obrigada a rever diariamente a história do filho, numa tentativa de descobrir de quem fora a culpa.
Ao lermos este livro podemos quase ver o que é que a mãe sente, ou seja, a autora relata de tal maneira os sentimentos que consegue transportar o leitor para a personagem mãe. Além disto, conseguimos entender por que é que Kevin fez aquilo - é claro que não havia razões nenhumas para matar pessoas inocentes só porque estava frustrado, mas com este livro conseguimos ter noção do que se passa na cabeça de um assassino de 15 anos, perceber a razão dessa frustração, que neste caso será mãe, e é nele que Kevin e outras pessoas descarregam a culpa.
Neste livro, a narradora fala do quão difícil é criar um laço de fraternidade com um filho e da difícil escolha entre a carreira e a vida doméstica.
Trata-se de uma história que relata aquilo que se passa nos EUA, em que um certo adolescente entra numa escola com uma arma e mata x pessoas, só porque não gosta da vida ou porque se sente frustrado, e é neste livro que nos revelam esses mesmos sentimentos o leva a fazer isso, e os sentimentos que vem depois do incidente… arrependimento ou, se calhar, não… porque, por exemplo, no caso de Kevin, há uma parte no livro que ele diz que não se arrepende de nada do que fez, pelo contrário - tem orgulho disso!

E o que mais me incomoda é o facto de, na prisão, os outros rapazes o admirarem por causa disso, tem-lhe respeito…
Aconselho todos a lerem este livro, porque nos mostra a realidade e os sentimentos de uma mãe e de um filho…

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Sara 11ºE

O Amante Da Minha Mãe, de Urs Widmer

Autor:
Urs Widmer
Natural de Basileia (1930) e formado em filologia Germânica, Urs reside em Zurique, sendo autor de já uma vasta obra e um dos escritores suíços mais aclamados da actualidade.


Classificação da obra:
Lírica e nostálgica

Acção Principal:
A acção principal prende-se com todos os concertos de Edwin e tudo o que ele faz para chegar ao seu sonho de ser maestro.

Acção secundária:
A acção secundária está associada ao amor distante de Edwin e Clara.

Personagens:
Urs Wdmer, na pele de protagonista, filho de Clara. Clara, a mulher que amou Edwin, Edwin, o maestro, o pai e a mãe de clara, o avô, o bisavô e a bisavó de Clara e, por fim, o compositor local.

Personagem que mais agradou:
A personagem de que mais gostei foi Clara, a amante de Edwin, pois esta nasceu no seio de uma família rica e acabou pobre com medo de terminar num asilo; era solitária, o seu pai dizia que tinha uma má maneira de ser, era muito nervosa, chegando a estados caóticos. Era muito pensativa e bastante educada, devido ao seu pai; era também sonhadora e imaginativa. Clara nunca chorava, pois nunca viu ninguém chorar. Quando era jovem, possuia uma beleza deslumbrante, parecia saída de um sonho. Tinha as pernas compridas, saltos altos em agulha, olhos pretos, lábios cheios, estola em volta dos ombros, chapéu do tamanho da roda de um carro, e uma enorme juba de cabelo encaracolado.


Espaço:
Esta história desenrola-se em muitos espaços. Estes são: na rua, na casa do compositor local, no espaço onde decorriam os concertos, na casa de Clara e na casa do pai de Clara.

Tempo:
Esta obra decorre nos anos vinte.

Momento mais importante:
O momento mais importante desta obra é quando Edwin e Clara, por acaso, se começam a aproximar e a gostar um do outro.

Opinião:
Uma história europeia de contos sobre os loucos anos vinte, a guerra, a música contemporânea e o amor absoluto que flui como uma fábula. Do amor à distância. Protagonizado pelo próprio autor, estando ele na pele de filho de Clara, mulher que amou o maestro Edwin.
Uma história comovente, que nos mostra até onde pode chegar o amor.


quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Rita Oliveira nº 21 11ºC

Quando Os Violinos Se Calaram, de Alexander Ramati

Baseado em relatos verídicos, “Quando os Violinos Se Calaram” dá-nos a conhecer a história de um povo e as atrocidades que contra ele foram cometidas.
Através dos apontamentos de Roman Mirga, Alexander Ramati conta-nos uma história de perseguição, traição e sobrevivência.
Pessoalmente, desconhecia o facto de que outros povos, para além dos Judeus, passaram por Auschwitz. O sofrimento dos Judeus é uma realidade mundialmente conhecida; o diário de Anne Frank foi considerado o documentário mais dramático da segunda guerra mundial, vários filmes mostram-nos como a vida de muitos polacos mudou devido à presença de um só homem que, com ele, levou exércitos e vidas. Contudo, nenhum filme ou livro é tão marcante como este. O que me atraiu neste livro foram os relatos incrivelmente detalhados e como palavras simples e usadas podem ter tantos sentimentos. Roman Mirga demonstrou-nos como os seus sentimentos pessoais eram, na verdade, sentimentos universais, como, através de situações peculiares e traumáticas, amadureceu muito mais rápido do que os outros jovens com a sua idade. É profundamente decepcionante saber que o resto do mundo encarou esta situação, deste povo, com uma indiferença desumana. Um dos momentos que teve um grande impacto em mim foi quando os Alemães começaram a realizar experiências em crianças. Crianças indefesas, ingénuas e alheias ao que estava a acontecer foram tratadas como ratos de laboratório com o único objectivo de que, através delas, um psicopata pudesse alcançar a sua imagem de “perfeição”. Após ler esta história compreendi como estava enganada; a descriminação não era religiosa, não era só para com os Judeus devido às suas crenças. Apesar de serem arianos como os alemães, os ciganos foram assassinados porque eram nómadas, criminosos, ladrões e parasitas.
Em conclusão, não considero Roman Mirga o protagonista desta história. Ele é apenas a voz do protagonista, o povo cigano. Roman conseguiu escapar de modo a que 500 mil mortes não fossem apagadas. “Quando os violinos se calaram” é simplesmente um testemunho, o testemunho do holocausto do povo Romani. É uma lição de história e de humanidade encontrada num livro que, infelizmente poucas pessoas têm conhecimento da sua existência.

Bárbara Fernandes nº6 11ºC

Elle Wiesel, Noite
O adolescente irrequieto, embora observador, viu a sua família e os seus amigos serem avisados pelos vizinhos alemães das barbaridades cometidas pelo regime nazista. Em terna idade, o seu olhar de criança contemplou os horrores de Auschwitz e Buchenwald, a separação da sua família (mãe e irmã) e a morte lenta do seu pai. Escrito em 1958, é um excelente livro de memórias, provavelmente, o mais revoltado e intenso relato do holocausto. O autor causa horror do que é capaz o ser humano, quando levado às últimas instâncias da fome e da dor.
A minha opinião: É um livro de simples leitura e sobre um tema pelo qual me interesso. É completamente diferente dos diários de Anne Frank, pois deixa de lado, o lado mais inocente, sendo mais intenso e revoltado. O narrador é o autor. A acção decorreu no passado. O tempo foi em 1944-1945. O espaço é os campos de concentração.

Alguns dados biográficos sobre o autor: Nasceu em 1928 em Sighet (Roménia actualmente). Foi deportado para o campo de concentração aos 15 anos no ano de 1944. Ele é libertado em Abril de 1945. A sua família morre. Após a guerra, estudou Literatura, Filosofia e Psicologia em Paris. Tornou-se escritor e as suas obras abordam o Holocausto e figuras bíblicas e talmúdicas.
Trilogia: El Alba e El dia.

Recebeu em 1986, o prémio Nobel da Paz pelo trabalho na produção dos Direitos Humanos, entre outros prémios.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Marina Fernandes, 10º G

John Grogan, Marley e Eu

Marley & Eu narra-nos a história de um casal recém-casado, John e Jenny , que queria começar a formar família, mas estava incerto sobre as suas capacidades como pais e, por isso, como ambos já tinham tido uma infância acompanhada de um amigo de quatro patas, decidem que este seria um bom treino.
Decidiram chamar ao novo habitante da casa Marley, porque ambos adoravam o cantor Bob Marley. Marley era um labrador retriever muito brincalhão e amigável que só fazia diabruras, babava-se, roía, comia, partia, arrastava com a cauda tudo por onde passava. Marley crescia a um ritmo galopante e, com o passar do tempo, Jenny e John mudaram de casa, e de emprego, tiveram três filhos (Connor, Colleen e Patrick) que adoravam o seu super-cão. Tudo estava perfeito assim que se mudaram finalmente para a sua nova casa na Pensilvânia. Mas nem tudo correu bem. À medida que o tempo passava, Marley começava a ficar cada vez mais fraco e velho, começava a ter doenças e problemas nos ossos que mudaram por completo a sua vida, deixou de poder mover-se como antes, tinha uma péssima audição e visão.
Até que depois de várias crises e operações, Marley acabou por morrer e toda a família ficou afectada pelo acontecimento. A casa já não parecia a mesma, estava ‘vazia’. Mas Marley não foi embora por completo, deixou uma importante marca e lição de vida no coração da família. Até o cão mais mal comportado do mundo pode mostrar aos humanos as coisas realmente importantes na vida - ensinou-lhes a viver um dia de cada vez, a ser optimista em face das adversidades, a importância da amizade e, acima de tudo, a lealdade.

Joana Campião 10ºG

A dádiva, de Danielle Steel.

Este livro conta-nos a história de duas famílias cujas vidas vão acabar por se cruzar.
Liz e John são pais de duas crianças, Tommy e Anny. Mais tarde a pequena Anny adoece com meningite e acaba por morrer, o que vai fazer com que a relação dos pais se desgaste, porque nenhum quer aceitar a morte da filha. Também negligenciaram o filho mais velho.
A outra história começa com uma jovem de 16 anos, que se chama Maribeth, que está a concluir o ensino secundária e vai ao seu baile de finalistas.
Maribeth sempre teve uma paixão pelo rapaz mais popular da escola, Paul Browne, que vai embebedá-la e convencê-la a ter relações sexuais. Maribeth engravida, os pais mandam-na para um convento até nascer o filho, mas ela acaba por fugir para uma pequena cidade, a cidade onde Tommy e a família vivem.
Maribeth consegue arranjar trabalho e casa. Ela trabalhava no café onde Tommy costumava jantar, conheceram-se e acabaram por se apaixonar. Os pais de Tommy tomam conhecimento da gravidez de Maribeth e apoiam-na em tudo o que podem, até que vai viver com eles no fim da gravidez. Entretanto, Maribeth decide entregar a sua filha aos cuidados dos pais do Tommy.
Salva o casamento deles, continua a namorar com Tommy, mas volta para a sua cidade, faz as pazes com os pais e vai para a universidade.

Tânia Quendera, 11º C


Marguerite Duras, O Amante

Cabelos pesados, flexíveis, dolorosos. Corpo delgado, quase frágil. Habitualmente coloca bâton vermelho e põe creme para tentar esconder as sardas das maçãs do rosto e por debaixo dos olhos. Usa vestidos simples, um chapéu de homem de abas direitas, um feltro mole cor de pau-rosa com uma fita preta larga. Calça sapatos de lamé dourado.
É assim que se descreve Marguerite Duras quando tinha 15 anos e meio de idade. Era branca e pobre. Tinha dois irmãos, o mais novo de quem gostava muito e que mais tarde se viria a tornar contabilista e o irmão mais velho, irmão este problemático que roubava, tinha ar de arrogante. A sua mãe era professora e lutou arduamente para criar os seus três filhos.
Marguerite Duras foi desde sempre incentivada pela mãe para que tirasse o secundário e mais tarde um belo curso de matemática. E fê-lo! Mas o seu grande sonho era escrever. Contudo, a sua mãe achava que essa ideia era passageira, ideia de criança.
Nasceu na Indochina em 1914 e passou grande parte da sua vida aí. Com 15 anos e meio, dormia num pensionato em Saigão. Porém estudava no liceu francês.
Certo dia, um homem muito elegante fez-se avistar por aquelas bandas. Era chinês, rico. Era detentor de uma grande fortuna. Ele estava numa limusina e olhava aquela menina tão doce e frágil. Tinha 27 anos de idade. Foi nesse dia. Conheceram-se. E a partir daí ele passou a ser amante da rapariguinha. Ele levava-a aos mais luxuosos restaurantes chineses, levava-a para o seu apartamento onde trocavam carícias um com o outro. O chinês, rico, tinha medo que soubessem, pois ela era demasiado nova. Todavia a mãe e os irmãos vieram a conhecê-lo dias mais tarde. Habitualmente, ia buscá-la ao pensionato e por vezes ao liceu, na sua limusina. Levava-a, e ela descobria numa cama os segredos do amor, do prazer. Por vezes nem ia dormir ao sítio do costume (pensionato).Raramente falavam deles próprios um ao outro. Choravam, enquanto viajavam pelos corpos um do outro. Ela talvez não o amasse. Estava apenas interessada no seu dinheiro.
Os dias passaram-se, e ele no seu apartamento grita-lhe que se cale, diz que já não a quer, não quer ter mais prazer com ela. E é assim que termina este romance.
Mais tarde, soube-se que o homem chinês se apaixonara por semelhante rapariga. Desta vez não é branca, é chinesa e possui a mesma idade que Marguerite.
Os anos passaram e com 18 anos, ela mudou-se para França. Tirou o seu curso de matemática e começou a escrever livros. Em determinada altura um indivíduo telefona-lhe a dizer que ainda a amava e que a amaria até à morte. Era ele! Ela conhecera pela voz, pela pronúncia chinesa! Era o amante!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Ana Narciso - 10ºG

Fernanda Ruaz, Andar para além da dor

Esta história é uma história verídica de uma mulher inteligente e culta que na sua infância teve a infelicidade de contrair uma doença chamada “Artrite Reumatóide”, doença essa que a tem acompanhado toda a vida.Tudo começou aos 10 anos de idade. Fernanda tinha muitas dores nas articulações, pulsos inchados, no outro dia os pés inchados, não podia andar e tudo se estava a tornar muito difícil.Não tinha mãe, o seu pai não a conhecia bem. Tinha seis irmãos muito novos, apenas uma irmã mais velha que acha que ela é uma “papa-açordas”, porque não sabe jogar ao ringue nem correr. Não podia contar com ninguém. Nunca compreendiam nada.Então, Fernanda foi para Lisboa para casa da tia, que também não a ntendia muito bem, mas era muito sua amiga e ficou muito preocupada logo que soube que Fernanda tinha dores.No dia seguinte foi a uma consulta no hospital e ficou internada um mês. Os médicos disseram que tinha febre reumática. Entretanto, saiu do hospital e já não tinha dores, voltou para a escola.Passado algum tempo, as dores voltaram e de que maneira - nem se podia levantar da cama para fazer nada.Doíam-lhe tanto os joelhos, os pés, todas as articulações estavam inchadas e quentes.Foi outra vez para o hospital, iria perder o ano por faltas.A única coisa interessante que aconteceu na sua vida foi poder ler.Lia tudo, desde o tio patinhas a Eça de Queirós. Pediu para sair do hospital, pois só existia sofrimento, tudo lhe parecia triste.Nesse momento tinha que tomar de seis em seis horas duas aspirinas, tinha muitas dores e nunca mais conseguiu correr. Na escola não fazia ginástica e raramente ia ao recreio com medo que a empurrassem ou aleijassem.Parece que agora a vida de Fernanda iria mudar, já há alguns dias que não ia à escola. Tinham que a levar para todo o lado ao colo, não podia comer sozinha, o seu corpo não a obedecia, tudo lhe doía.Mas pensou que iria melhorar, porque ia a uma consulta ao Instituto de Reumatologia. Foi uma médica que a consultou, Fernanda afinal não tinha febre reumática, mas sim uma doença muito grave chamada “Doença de Still”. Já com 15 anos, estava uma senhora e apaixonara-se - o seu namorado era lindo. Agora compreende os romances de amor que lia, ou melhor, que devorava.Descobriu muitos poetas portugueses e os seus melhores companheiros são os livros.O médico que a assiste agora era outro, é muito seu amigo e é a única pessoa que percebia as dores que ela apresentava e como era preciso ter força para superar. Sim, porque só restava superar. Serrar os dentes e andar até ao limite da dor. Quando a dor é demais fecham-se os olhos e fica-se à espera, quieta, aguardando que a cortisona actue e que a crise passe. Não há mais nada a fazer.Fernanda achava que nunca se iria casar, embora gostasse do namorado - não imaginava o seu futuro como dona de casa.Ela gostava de ser professora primária, porque adorava crianças e transmitir conhecimentos e despertar as crianças para as coisas bonitas da vida devia ser óptimo. É difícil escolher a profissão quando não se pode confiar nas capacidades do corpo. Foi para o ensino técnico porque só ia para o liceu quem pudesse prosseguir estudos superiores, o que não era o seu caso.Quem lhe pagaria os seus estudos? Ainda por cima precisava de começar a ganhar dinheiro para ajudar a sua tia.Mas como? Como iria fazer, se tem tantas crises, às vezes até faltava à primeira aula, porque quando se levantava de manhã o seu corpo parecia um bocado de ferro, duro e pesado.Acordava e, em pensamento, de um pulo punha-se em pé, ia até ao duche, vestia-se em dois minutos, fazia o rabo de cavalo e ia correr escada abaixo… Mas só em pensamento, porque ela não se sentia verdadeiramente ela, era muito diferente. Primeiro mexia a cabeça na almofada e experimentava levantar-se como quem precisava de pedir autorização ao ombros e aos dedos para se pentear, mas não desistiu! A doença não havia de ter mais força do que ela, dizia Fernanda.As pessoas saudáveis não se apercebem a maravilha que é a liberdade dos movimentos.
Decidiu não pensar mais na doença. O seu curso era à base de desenho e de oficinas de arte, o que nem sempre a agradou. Acabou o curso e começou a procurar emprego.Respondeu a um anúncio para desenhadora, podia ser uma boa profissão para ela, não era preciso fazer força com as mãos, era criativo e até devia ser fácil.Entrou no mundo do trabalho. Tinha nesse momento 17 anos e ia casar-se.O seu bebé nasceu - como foi que uma pessoa tão frágil e tão doente teve um rapaz tão perfeitinho? Durante toda a gravidez não tomou medicamentos, quase não teve dores, o pior foi depois do parto, teve uma crise tremenda que nem conseguia pegar no seu bebé ao colo.Posteriormente foi a um médico de recuperação física que a deixou de rastos. Disse-lhe que nunca tinha conhecido ninguém aos 26 anos que estivesse tão afectado pela Artrite Reumatóide. Respondeu-lhe certamente que tinha falta de experiência e nunca mais lá apareceu.Fernanda fez um exame “ad-Hoc” e ficou aprovada com 15 valores a todas as disciplinas. Entrou na Faculdade de Letras, em Lisboa, no curso de Filosofia.Foi a um novo médico de reumatologia, bem mais positivo, e iniciou um novo tratamento. Decidiu, então, operar os pés antes de voltar ao trabalho.A operação correu bem, embora os pés não tenham ficado 100% bons.Começou a dar aulas de filosofia.Passado algum tempo decidiu pedir a aposentação por invalidez - o esforço para apanhar os transportes estava a tornar-se muito penoso. Passaram três meses e Fernanda sentia-se bem melhor.Agora restava-lhe esperar por uma tarde de sol para experimentar ir até à praia correr na areia à beira-mar. Precisava que o mar e o sol a ajudassem a concretizar este desejo de longa data, precisava da liberdade dos movimentos. Estava com os pés na areia molhada e ia correr! Deu um passo longo, mais outro, corria praia fora! Ligeira, leve, livre.
Não tem medo do futuro e enquanto tiver memória nada poderá apagar em si a alegria e a gratidão por tudo quando lhe foi dado a viver.Os momentos de dor são rapidamente esquecidos, quando de algum modo os ultrapassamos e nos deixam mais fortes. Neste momento é uma mulher feliz e grata.Crê, efectivamente, que conquistou a sua liberdade, não apenas as das articulações, mas sobretudo a do pensamento.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Fábio Prazeres - 11ºF

Quero Ser Outro, Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada

Alexandre é um rapaz normal que está farto da escola, da família, da rapariga que gosta dele, da rapariga de que ele gosta (e que não é correspondido) e de si próprio.
No fim de uma tarde, ao anoitecer, decide dar uma volta pelas docas e instalar-se numa esplanada onde conhece um rapaz igual a ele, um sósia. Ele chama-se Alex e trabalha como empregado no iate de um multimilionário. Após uma longa conversa descobrem que ambos se encontram frustrados com as suas vidas e decidem trocar de lugar durante um mês e partir para a maior aventura das suas vidas.