segunda-feira, 9 de julho de 2007

Texto premiado!

Menção Honrosa do Concurso Latitude 60 no âmbito do ano polar internacional
Autora: Ana Manuelito Santos

A supremacia do poder do Homem

Acordo afagado pelo frio. Entranha-se nos ossos, percorrendo todo o meu corpo. Há vezes que não sinto os dedos dos pés e das mãos, nem a ponta do nariz. A vida aqui é outra, a existência também. O vento é frígido, as cores permanecem na linha branca da neve envolvente, os cheiros são brandos como o nascer de mais um dia. Não sei que dia da semana é. Aqui, na Antárctida, dou mais importância a outras coisas que mereçam a minha apreensão. Saio da cama e dou os bons dias à equipa que trabalha arduamente durante estes meses. É duro estar longe da família, dos amigos e do conforto da nossa casa. Mas, por outro lado, temos o aconchego desta área esquecida do Planeta, que tem mais vida e mais importância que muitas outras. O homem não compreende a beleza da Natureza, o magnífico que é acordar ao lado de um pinguim, o fantástico que é viver junto dos seres vivos mais recônditos do nosso lugar chamado Terra. Os hábitos também mudaram – demoro menos tempo a escolher a roupa para o dia porque aqui ninguém está preocupado se as calças azuis ficam bem com a camisola vermelha ou com o casaco amarelo. O importante mesmo é não esquecer das luvas, do gorro, do casaco de penas e do cachecol. Já na sala de refeições, como qualquer coisa para enganar o estômago ao som da boa música portuguesa que desperta a saudade do nosso país. Saio minutos depois, já equipado para lutar contra os graus negativos, ao mesmo tempo que penso como vou desfrutar desta manhã que tenho à minha conta. O dia está perfeito, o sol brilha com intensidade e parece estar menos frio que ontem. Acabo por sair sozinho, desafiar esta zona, procurar o silêncio que me faz bem ao espírito. Gosto de andar sozinho pela neve, observar com todo o tempo do mundo a mudança que há neste ar. O poder da Antárctida é muito vasto e pode ser empregue para equilibrar a sustentabilidade do nosso planeta, mudando a organização aparentemente estável dos hábitos mundanos. Passo horas de roda da minha máquina fotográfica – é um dos milagres da tecnologia. Estas imagens serão a maneira de me recordar no futuro pelas causas que lutei no passado. Os animais que aqui vivem são óptimos modelos, mais bonitos e inteligentes que os próprios humanos. Quem é que disse que os animais também não pensam qual é o melhor ângulo para fotografar? Vou andando mais uns metros, mais outros e mais outros. As horas passam com rapidez, é sempre assim quando nos sentimos leves no meio de tanta pureza e de tanto sossego. A paisagem pouco muda, centra-se sempre na vista longínqua pintada de branco e o sol continua a brilhar na imensa neve que cobre o chão. Apanho do chão um pedaço de neve que me escorrega pelas luvas azuis, pensando que a conseguia suster e levá-la comigo para casa. Por agora é tempo de mudar de atitude, deixar os animais que me rodeiam, os blocos de neve, e regressar ao ponto zero. É bom o tempo que gastamos connosco, ajuda-nos a conhecer melhor a atmosfera em que estamos inseridos, e no meu caso, digamos que não escolheria mais nenhuma neste momento, por mais fria que seja, por mais distante que esteja da vida social. O mundo é feito de momentos, de lugares, de essências e do que mais desejarmos e o meu desejo agora é ganhar a oportunidade de mostrar que sou capaz de fazer o meu trabalho e que vou conseguir, de alguma forma, expor a grandeza eloquente deste continente. Volto para a base num passo lento, como se não quisesse sair desta sensação natural que os ventos da Antárctida me enrolam. A tarde é passada dentro do escritório fazendo os relatórios das últimas conclusões a que o meu grupo chegou. O trabalho aqui é intenso, temos de dar o melhor de nós, mesmo naqueles dias mais complicados. A probabilidade de tudo correr bem tem de ser cem por cento, sem margem de erro possível. Ao início era difícil gerir o ritmo de trabalho, os hábitos e os costumes que fomos obrigados a implementar por nós próprios, pois ninguém mais está aqui para nos auxiliar. Se ao menos o resto do mundo vivesse as mesmas sensações que nós, sentisse o domínio que a Natureza nos exerce por pequenas coisas que nos marcam e nos prendem a atenção, mas mais importante que isso – a necessidade de a respeitar – que se sobrepõe ao restante. Conseguimos aproveitar bem estes últimos meses. Agora que vai começar o Inverno rigoroso, temos de partir pois o continente pode chegar aos -80ºC. As malas estão quase feitas – levo uma grande experiência de vida, não só a nível profissional como a nível psicológico. Este lugar foi a minha casa durante todo este tempo, vou sentir saudades das suas paredes e da sua atmosfera. Se pensássemos que o nosso planeta é a nossa verdadeira casa, este estaria muito mais preservado. Limpávamo-lo, arrumávamo-lo e cuidávamo-lo, pois tínhamos depositado a nossa vida nele. Mas está como o vemos, repleto de consequências dos nossos actos impensados. A minha equipa leva inúmeras informações fundamentais para difundir pelos diversos países, inquietos com a questão do aquecimento global, apesar de todos saberem que existe a necessidade de se preservar este lugar, como forma de equilibrar o clima do planeta. Toda a água doce incluída na Antárctida é aproximadamente 90% do total da água existente na crosta terrestre, e parece que para muitos estes valores não têm nada de extraordinário. Pior será se essa mesma água invadir os vários continentes e a qualidade de vida da população da nossa aldeia global sofrer consequências irreparáveis. Outros graves problemas suscitam a minha preocupação, como é o caso da diminuição de alimento para estas espécies, tão vulneráveis e inocentes; o aquecimento que provoca a quebra do gelo costeiro, que por sua vez forma grandes icebergs, tudo aquiloo que vai gerar um desequilíbrio cada vez mais acentuado neste ecossistema. Estes reflexos ambientais, observados na Antárctida, não ganham grande importância no quotidiano da população mundial, e vamos sentido cada vez mais esses mesmos impactos. Importa que sejamos positivos e pensemos que somos capazes de dar relevo à insuficiência de medidas para solucionar os problemas ambientais que a nossa verdadeira casa acarreta. Não vou salvar o mundo, não tenho poderes para isso, mas ninguém me impede as sucessivas tentativas de mudar opiniões e hábitos para que o mundo gire de outra forma. Acredito no poder da esperança mas acredito muito mais no poder do Homem.

terça-feira, 29 de maio de 2007

Contos de autor - experiência interessante!

Hoje deparei-me com este site: www.bucay.com.
Trata-se de um espaço inovador criado pelo médico-escritor argentino Jorge Bucay; na secção "Tu cuento" (canto superior esquerdo) é-nos dada a possibilidade de escolhermos um conto de acordo com o nosso estado de espírito, em função de um problema, de uma vivência, ... a escolha é realizada como se de um acto médico se tratasse. Além disso, podemos ainda ouvir o conto (mp3). Muito interessante!

terça-feira, 27 de março de 2007

Karen Santiago - 10ºA

Capitães da areia, de Jorge Amado
(http://www.fundacaojorgeamado.com.br ; http://pt.wikipedia.org/wiki/Jorge_Amado)

Capitães da areia,
de Jorge Amado, é uma obra que se debruça sobre as crianças abandonadas do Rio de Janeiro. Crianças que apenas procuram sobreviver num mundo que lhes é hostil. Assombradas pela má vida e pela falta de carinho são obrigadas a roubar para sobreviver e a fugir para não serem apanhadas. Apesar da má fama, são amigos do seu amigo. Pedro Bala, o capitão dos capitães da areia é quem lidera o grupo e organiza os roubos. São crianças que dormem na areia da praia (refúgio, onde não se sentem ameaçadas) e que passam fome. No grupo existe solidariedade e amizade, uma vez que a luta de um é a luta de todos. Para eles, chegar a adultos, mais doque um desejo, é um sonho.

domingo, 25 de março de 2007

Vânia Meseiro - 10ºA

Tão Veloz como o Desejo, de Laura Esquível
(http://www.asa.pt/autores/autor.php?id=804)

Júbilo, telegrafista de profissão, conhece e casa-se com Lucha, uma senhora pertencente a uma classe social mais rica que a dele. Após alguns anos de felicidade no casamento surge Dom Pedro, um fanático por Lucha e que vai dirigir a estação de Telégrafos onde ambos trabalham. Após os esforços para se manterem juntos e quando tudo parecia ficar bem, o segundo filho do casal, ainda bebé, morre asfixiado durante o sono, na presença do pai, que de nada se apercebe a não ser quando a mulher volta do trabalho. Responsabilizando-o pela morte do filho, Lucha pede o divórcio e descobre que está novamente grávida. Quando Lluvia nasce, o casal tenta reconciliar-se, mas sem sucesso.O tempo passa e Júbilo, agora cego e doente de Parkinson e quase sem falar, sobrevive com a ajuda da filha mais nova que encontra no telégrafo uma maneira de comunicar com o seu pai. Só na altura anterior à sua morte é que Júbilo e Lucha se reconciliam.

Joana Elvas - 10º A

Ruben: A espera é um pranto, de Isabel Costa
A sete de Julho de 1997, Ruben Cunha, de 13 anos, foi electrocutado ao premir o botão do semáforo para peões instalado no Campo Grande, Em Lisboa.Transportado de imediato para o Hospital de Santa Maria, foram-lhe diagnosticadas lesões irreversíveis nos sistemas neurológico e cardiovascular, faleceu três dias mais tarde.A 30 de Julho é apresentada, pelos pais do Ruben, uma queixa-crime na Procuradoria Geral da República contra a Câmara Municipal de Lisboa e contra a empresa de manutenção do sistema de semáforos da cidade.Vinte meses depois o Ministério Público dá por concluído todo o processo optando pelo seu arquivamento.Um mês depois é entregue no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa um pedido de reabertura do processo. Após quase quatro anos passados, o pesadelo apenas começou. Aguarda-se ainda que se faça justiça.

segunda-feira, 12 de março de 2007

Secret Wish - "A Fuga"

Secret Wish conta a história de uma jovem de 16 anos, Jiyoana. Esta está a sofrer no presente por uma situação que ocorreu no passado. Ninguém sabe ao certo o que aconteceu, apenas Jiyoana e a sua personagem, Konoko, sabem este segredo. Jiyoana não tem ninguém para desabafar, apenas os seus personagens que cria dia após dia. Entre estes personagens, Konoko é a única que é mais fiel. Mas, mesmo desabafando com as suas personagens, isso não lhe serve de nada. Konoko não pode ouvir, não pode falar e está sempre a sorrir, mesmo que o desabafo de Jiyoana seja doloroso. Sempre que Jiyoana começa a desenhar, apenas lhe vem a imagem daquela noite, daquele dia e daquela pessoa. O bilhete em cima da cama, amachucado e molhado como se o escritor tivesse estado a chorar enquanto escrevia. A tinta borrada e um pouco ilegível. O candeeiro no chão, a toalha de banho com manchas de sangue… Jiyoana não consegue tirar estas imagens da sua cabeça. Principalmente, a pergunta que faz e sobre a qual reflecte a toda a hora, “porquê?”. “Eu quero fugir” são as palavras que apenas consegue dizer. Quer fugir deste mundo, da vida que tem e do seu passado. A lâmina do x-acto que estava ao lado dos pincéis que um dia, puderam copiar a imagem bela do seu passado, chamava-a, dizia-lhe que era a única opção que a podia ajudar. A sua mão que tremia como se tivesse revivido aqueles momentos, segura no x-acto laranja, que já a ajudou a representar, em tempos, uma personagem bastante falada nas histórias. Jiyoana tem medo do que possa acontecer… será que se vai arrepender? Se o fizer, não pode voltar atrás. E o seu passado, pode? O seu pulso começa a sangrar. Gotas de sangue caiem no tapete azul do seu quarto. São as lágrimas que deitou e que nunca vai conseguir secar. Jiyoana senta-se na cama. O quarto iluminado pela lua, não deixa ver o seu rosto de alegria… sim, Jiyoana estava feliz. A cada segundo que passava sentia que estava a esquecer o seu passado. Finalmente. As suas últimas palavras foram “desculpa, Konoko”, pois nunca mais poderia voltar a desenhá-la. O seu corpo cai para cima da cama. Jiyoana fugiu ao seu passado. A folha onde estava Konoko, começou a brilhar e umas letras cinzentas claras, com uma caligrafia desconhecida, escreviam: “E o futuro?”.

Joana Cascais
10º E

sexta-feira, 9 de março de 2007

Texto motivado pela leitura do poema "A Fuga", de Miguel Torga


Fui até ao parque. Só tive tempo de fazer um rascunho numa folha e de a deixar na mesa do hall. Fugi de tudo e todos, aconchegando-me no banco mais distante e mais escondido entre as árvores. Já as luzes acesas dos candeeiros citadinos não eram suficientes para iluminar todo aquele recinto. Mas não me importei, sinceramente, naquela altura nada me importava.
O que realmente queria era fugir à confusão diária. Tudo aquilo que me faz viver um dia numa hora e que, por isso, não sabe a nada. O acordar mal disposto, o pequeno almoço que engulo de uma só vez, o trânsito insuportável, os casos de corrupção, as caras saturadas lá no emprego, as pessoas que se dizem amigas e ficam-se só por aí, o trabalho e prazos que tenho que cumprir, os programas de TV tão banais, as telenovelas pastilha elástica, os vizinhos mais chatos que se pode ter, os casos deprimentes a que ninguém deita a mão… Punha tudo num saco bem fechado e atirava-o para longe. Não sei se era o mais certo de fazer, mas sem dúvida que a curto prazo me sentiria melhor. Não me agradava o modo natural (ou não) de as coisas acontecerem, a maneira sem graça de passar os dias e toda a falta de regalias que temos. Mas a verdade é que também não encontrei solução para uma mudança na vida.
Se calhar precisava de ter tempo para mim… sei que isso é fundamental. Falar comigo e ouvir-me é sempre vantajoso porque acabo por me conhecer melhor e claro, vou crescendo em todos os sentidos. Por isso, penso que se pudesse fechava-me no meu quarto e no escuro permaneceria até ficar menos abafada deste mundo. Chamar-me-iam doente, com certeza, mas quem sabe, não criaria um mundo só meu onde tudo fosse mais fácil e onde me sentisse livre.
O tocar do meu telemóvel fez-me despertar ecoando pela rua deserta do parque. Resolvi não atender mas… a curiosidade falou mais alto e ao ver que era a minha melhor amiga (aquela com quem divido a casa) quem me ligava, atendi. Mais uma vez uma amiga assídua que se preocupava comigo, querendo saber se estava tudo bem. Tinha-se inquietado por ver na mesinha do hall a única pista acerca do meu paradeiro: “ Fugi de Tudo. Volto Tarde.”
Sílvia Rafael, 10º C

sábado, 20 de janeiro de 2007

Marta Martins - 10ºA

O códice secreto, de Lev Grossman
Edwart Wazny estava a mudar-se da Bolsa de Valores de Nova Iorque para a Bolsa de Valores de Londres. Durante essa transição dispõe de duas semanas de férias. Nessas férias foi cometido um engano e Edwart, ao longo de duas semanas, catalogou livros que estavam encaixotados há centenas de anos. Num desses livros está um segredo apocalíptico. Estes livros pertencem a uma casal extremamente rico que eram clientes do banco em que trabalhava. Entretanto, Edwart apaixona-se pela assistente do casal, Laura Crowlyk, ou seja, aquela que lhe dera as intruções de catalogação. Esta paixão será desfeita no final do livro, porque Laura sabe que o seu amado encontrou alguma coisa nos livros, e sabe que é grave. Edwart rompe o namoro por ter receio que lhe aconteça alguma coisa. No enredo do livro não se consegue saber qual o segredo, só se sabe que este livro foi escrito na éspoca de Leonardo Da Vinci. No final da história, Edwart consegue manter o segredo e assim proteger o mundo.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

Fábio Gregório - 10º D

BICHOS, de Miguel Torga
(http://www.vidaslusofonas.pt/miguel_torga.htm)

Bichos (1940) é uma obra composta por 14 contos, onde o autor cria um mundo de bichos humanizados, misturando homens e animais quase numa espécie de Arca de Noé. Essa arca vai desde o Nero – o cão, Mago – o gato, Madalena, Morgado, Bambo – o sapo, Tenório – o galo, Jesus, Cega-Rega – a formiga, ladino – o pardal, Ramiro, Farrusco – o melro, Miura, O Senhor Nicolau e o Visconde. Os 14 contos transmitem muitos sentimentos e sensações desde ódio, raiva, compaixão, amizades e traições. Uma curiosidade em que não deixei de reparar foi na palavra “BICHOS” escrita em todos os contos.

Destes 14 contos,houve um que mais me despertou o interesse - o de Madalena.
Resumidamente, Madalena fora parir o seu filho nas areias quentes da Serra negra debaixo de um castanheiro. Filho alheio feito numa maldita tarde com Rolande. Madalena fora para a Serra a fim de que ninguém desconfiasse da existência daquele filho indesejado. Nove meses pareciam-lhe nove anos. Por fim, depois de derradeiros nove meses, as águas verteram-lhe pelas pernas abaixo, deixando as suas coxas imundas de um líquido quente e viscoso. Abrindo os olhos depois daquele tremendo esforço vê o feto morto rodeado de uma possa de sangue. Assim sepultara o seu segredo no deserto quente, debaixo de um castanheiro da Serra Negra.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

Ana Geraldo - 10º A

Obra: Tanto que eu não te disse
Autora: Marta Gautier
Este livro relata a vida melancólica de uma mulher que não consegue manter nenhum relacionamento amoroso, uma vez que está a passar por uma grande depressão. Tudo isto porque, quando era criança, não terá sido feliz. Pouco tempo após ter casado, pediu ao marido que abandonasse a casa. Embora tenha sido por sua vontade, escrevia-lhe cartas a reclamar a sua ausência. Para se ajudar passou a frequentar uma psicóloga. Cada vez mais aterrorizada com a sua depressão, tentou o suicídio. Após ter recuperado, arranjou emprego na recepção de um ginásio, fez amigos, começou a sair à noite com alguns professores, divertia-se, passou a fazer yoga e voluntariado num hospital. Conheceu um rapaz, ficando interessada no mesmo. Era o Francisco. Contou-lhe a sua vida. Mas como todas as suas relações até ao momento, esta também terminou, porque mal faziam amor ela sentia-se mal - só o fazia por obrigação. Mas a depressão não passava, até que teve uma violenta discussão com a mãe, que culpou de toda a sua infelicidade na infância e por se ter tornado uma mulher tão amarga. Num dos dias sentiu-se mal, foi à farmácia e confirmou-se - estava grávida. Nasceu a Maria. Cresceu, tornou-se mulher mas vivendo o sofrimento da mãe. Depois da morte da sua mãe foi viver com o pai, a pedido dele. Conheceu o Filipe e casou com ele! Foram felizes!

domingo, 14 de janeiro de 2007

Ler mais e mais...em casa


Ler mais e mais... em casa
José Manuel Fernandes
Público, 2 de Junho de 2006

"Para gostar de ler é preciso começar por ouvir ler.E quem melhor do que os pais para fazê-lo?
O que não formos capazes de fazer não devemos esperar que outros façam por nós. Elementar, dir-se-ia. Não em países com a nossa cultura: por cá espera-se que aquilo que não somos capazes de fazer o Estado, ou o Governo, ou o presidente da junta, faça por nós. Se não fôssemos como somos não necessitaríamos de um Plano Nacional de Leitura pois ler regularmente seria como comer, ou ver televisão, ou assistir a um espectáculo de futebol.
Mas não é. Não são só os nossos maus resultados nos testes de literacia: todos os índices revelam, de alguma forma, que estamos na cauda da Europa, e por vezes chegamos a estar mal classificados quando nos comparamos com países muito mais pobres. Os portugueses lêem, por dia, proporcionalmente, pouco mais de metade dos jornais que os espanhóis, um terço dos franceses, um quinto dos ingleses, um décimo dos nórdicos ou dos japoneses. Não lemos, ponto. Nem jornais, nem livros. Quem, mesmo assim, anda com um diário desportivo debaixo do braço corre o risco de passar por um intelectual.
É natural e salutar que isto preocupe as autoridades e é notável que nos últimos anos se tenha desenvolvido um esforço continuado, teimoso, de criar redes de bibliotecas municipais e de bibliotecas escolares. Ter um livro à mão é, pelo menos, um começo. Mas não chega, pelo que o Plano ontem anunciado procura ir mais longe e criar hábitos (forçados) de leitura nos diferentes graus de ensino. Como ideia é positivo, corresponde mesmo a uma ruptura com a aceitação passiva de que "não se pode fazer nada". É também um grito de revolta contra atitudes tão reaccionárias como elitistas como as de José Saramago, a quem talvez incomode que a multidão do "povo" ascenda ao seu nível. Porque, como sabemos de outros países e outras sociedades, é mentira que leitura sempre tenha sido e esteja condenada a ser "coisa de uma minoria".
Teresa Calçada e Isabel Alçada são duas mulheres com saber de muita experiência feito e que há muito, percorrendo caminhos bem diferentes, muito têm feito para que os livros se tornassem, na casos dos portugueses, algo tão comum como ter leite no frigorífico. Mas por mais perfeito que seja o plano que desenharam e o Governo adoptou e apresentou, só se lerão mais livros, mais jornais, mais autores eruditos ou mais literatura de cordel se o acto de ler, de declamar, de elaborar sobre o que se leu, e também de escrever, for tão natural como respirar. Ora, sejamos directos, para isso não chega nem o Estado nem a escola: é necessária a família, é fundamental o papel dos pais.
Porquê? Porque o verdadeiro segredo para que os finlandeses surjam no topo da escala da literacia mesmo utilizando uma língua estranhíssima e rara é porque ouvir ler, depois ler, depois declamar, é algo que integra a sua cultura há séculos. No passado, quando o país ora estava submetido pelos suecos, ora pelos russos, os que tinham autoridade nas comunidades eram os que mais poemas conseguiam declamar. Hoje, quando os vemos no topo de todos os rankings, devemos lembrar-nos que isso sucede em boa parte porque nas longas noites dos seus Invernos (ou ao sol da meia-noite dos seus Verões) os pais e as mães lêem histórias aos filhos. Não os entregam às televisões - cativam-nos com contos eternos e fábulas encantatórias. Nisso batem todos os recordes do mundo. Por isso estão depois entre os povos mais capazes de reagir à modernidade, porque desde muito novos estão treinados para ler, compreender e raciocinar.
Sejam pois bem-vindas as iniciativas previstas no Plano Nacional de Leitura - mas sejam ainda mais bem-vindos todos os que tirarem proveito dos livros que têm começado a estar ao alcance de um empréstimo, à distância de um braço capaz de escolher a leitura que em centenas de bibliotecas públicas lhes é ou será oferecida. Porque o Estado fez o que devia - agora cabe aos cidadãos, e sobretudo aos pais, deixarem de pedir e fazerem o que lhes compete. Só eles podem ler histórias aos filhos antes de estes adormecerem..."

Vânia Meseiro - 10º A

Almeida Garrett, Viagens na minha terra
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Almeida_Garrett)


O autor inicia uma viagem de Lisboa a Santarém pelo Tejo e descreve pormenorizadamente as paisagens, os monumentos, os episódios e os costumes encontrados ou vividos durante a mesma. O narrador conta-nos a história de amor entre dois primos, Carlos e Joaninha, que se separam pelo passado, pela família e pela guerra civil. Numa vida dividida entre Portugal e Inglaterra, Carlos, embora se apaixone por muitas mulheres, nunca esquece Joaninha. Após a loucura e morte de Joaninha, Carlos torna-se barão e a Avó Francisca, cega e triste, chora a vida enquanto recebe as visitas semanais de Frei Dinis, esperando a morte.

Marisa Crespo - 10º A

Mia Couto, Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Mia_Couto)


Um jovem universitário vai a Luar-Do-Chão participar no funeral do seu avô Mariano. Enquanto espera que o seu avô seja enterrado, o jovem Mariano começa por receber cartas do outro lado do Mundo; com o desenrolar da história, o jovem Mariano apercebe-se de que quem lhe envia aquelas casrtas anónimas é o seu próprio avô, fazendo assim com que o jovem descobrisse uma infinidade de histórias ocultas que ele próprio desconhecia, sobre a vida daquela terra e sobre a sua própria vida. Só depois de saber de toda a verdade, é que a terra se livraria e se desprendia para aí acolher o velho Mariano. Neste livro é feita a distinção entre culturas e rituais de cada terra.

sábado, 13 de janeiro de 2007

Leituras do 10º A

Joana Elvas
Obra: O diário da nossa paixão
Autor: Nicholas Sparks (site oficial do escritor: http://nicholassparks.com/)


Quando eram jovens, Allie e Noah apaixonaram-se durante um Verão repleto de emoções e liberdade. O jovem casal é rapidamente separado pelos pais de Allie que insistem que Noah não pertence ao seu mundo. Vários anos depois, eles encontraram-se novamente e o amor que sentem inflama-se de novo, forçando Allie a escolher entre o amor e a sua classe social, uma vez que Allie está noiva de um jovem que pertence a uma das famílias mais importantes da época. Esta história,que é de um amor de uma vida, preenchida com filhos, recordações e com um amor que, apesar da idade não se apaga, vê-se ameaçado com uma doença, Alzheimer . Esta doença é bastante cruel, uma vez que rouba o que é mais bonito no ser humano, que é a sua memória e as suas recordações. Por fim, numa noite, Noah vai ao quarto de Allie e beija-a e é aí que Allie se lembra de tudo.

Mafalda Costa
Obra: Viagem sem regresso
Autor: Katy Gardner

Esta história relata a ida de duas amigas de infância à Índia. Essas duas amigas são Esther e Gemma. A Esther era bem sucedida profissionalmente e era bonita, enquanto que Gemma era o seu oposto. Estas diferenças provocavam muitas desavenças e muita competitividade entre elas. A ida para a Índia tinha sido ideia de Esther e, por isso, a viagem não tinha sido planeada. Tudo foi feito à sorte. Na viagem conhecem Coral, uma'aventureira' que viajou por muitos sítios. No início da repentina amizade tudo parecia normal até que com o tempo Esther começou a perceber que Coral não era de confiança. Mais tarde, Gemma chateia-se com Esther, porque esta 'roubou' o seu namorado e por se sentir mal com a traição Esther,volta a Deli, onde a viagem começou. Contudo, por não confiar em Coral e por Gemma estar doente volta ao sítio onde estavam as três e encontra a amiga, Gemma, morta. Passados 5 anos, por pena e sentimentos de culpa, Esther volta à Índia e descobre que Gemma não morreu, mas sim Coral.

Ana Lopes
Obra: I'm in love with a popstar
Autora: Margarida Rebelo Pinto (site oficial da escritora: http://margarida.clix.pt/)
Pam é uma adolescente de 16 anos que se apaixona por um popstar. Decidida a conhecê-lo, Pam vai em busca do seu sonho, deixando para trás a sua mãe e Pedro que, no final acaba por se revelar o seu grande amor. E só percebe isso, porque antes de ir para Londres chateou-se com ele, devido aos seus ciúmes. Quando está na cidade inglesa sente a sua falta. Este seu sonho acaba, sobretudo, por ser a maior aventura da sua vida.