terça-feira, 27 de março de 2007

Karen Santiago - 10ºA

Capitães da areia, de Jorge Amado
(http://www.fundacaojorgeamado.com.br ; http://pt.wikipedia.org/wiki/Jorge_Amado)

Capitães da areia,
de Jorge Amado, é uma obra que se debruça sobre as crianças abandonadas do Rio de Janeiro. Crianças que apenas procuram sobreviver num mundo que lhes é hostil. Assombradas pela má vida e pela falta de carinho são obrigadas a roubar para sobreviver e a fugir para não serem apanhadas. Apesar da má fama, são amigos do seu amigo. Pedro Bala, o capitão dos capitães da areia é quem lidera o grupo e organiza os roubos. São crianças que dormem na areia da praia (refúgio, onde não se sentem ameaçadas) e que passam fome. No grupo existe solidariedade e amizade, uma vez que a luta de um é a luta de todos. Para eles, chegar a adultos, mais doque um desejo, é um sonho.

domingo, 25 de março de 2007

Vânia Meseiro - 10ºA

Tão Veloz como o Desejo, de Laura Esquível
(http://www.asa.pt/autores/autor.php?id=804)

Júbilo, telegrafista de profissão, conhece e casa-se com Lucha, uma senhora pertencente a uma classe social mais rica que a dele. Após alguns anos de felicidade no casamento surge Dom Pedro, um fanático por Lucha e que vai dirigir a estação de Telégrafos onde ambos trabalham. Após os esforços para se manterem juntos e quando tudo parecia ficar bem, o segundo filho do casal, ainda bebé, morre asfixiado durante o sono, na presença do pai, que de nada se apercebe a não ser quando a mulher volta do trabalho. Responsabilizando-o pela morte do filho, Lucha pede o divórcio e descobre que está novamente grávida. Quando Lluvia nasce, o casal tenta reconciliar-se, mas sem sucesso.O tempo passa e Júbilo, agora cego e doente de Parkinson e quase sem falar, sobrevive com a ajuda da filha mais nova que encontra no telégrafo uma maneira de comunicar com o seu pai. Só na altura anterior à sua morte é que Júbilo e Lucha se reconciliam.

Joana Elvas - 10º A

Ruben: A espera é um pranto, de Isabel Costa
A sete de Julho de 1997, Ruben Cunha, de 13 anos, foi electrocutado ao premir o botão do semáforo para peões instalado no Campo Grande, Em Lisboa.Transportado de imediato para o Hospital de Santa Maria, foram-lhe diagnosticadas lesões irreversíveis nos sistemas neurológico e cardiovascular, faleceu três dias mais tarde.A 30 de Julho é apresentada, pelos pais do Ruben, uma queixa-crime na Procuradoria Geral da República contra a Câmara Municipal de Lisboa e contra a empresa de manutenção do sistema de semáforos da cidade.Vinte meses depois o Ministério Público dá por concluído todo o processo optando pelo seu arquivamento.Um mês depois é entregue no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa um pedido de reabertura do processo. Após quase quatro anos passados, o pesadelo apenas começou. Aguarda-se ainda que se faça justiça.

segunda-feira, 12 de março de 2007

Secret Wish - "A Fuga"

Secret Wish conta a história de uma jovem de 16 anos, Jiyoana. Esta está a sofrer no presente por uma situação que ocorreu no passado. Ninguém sabe ao certo o que aconteceu, apenas Jiyoana e a sua personagem, Konoko, sabem este segredo. Jiyoana não tem ninguém para desabafar, apenas os seus personagens que cria dia após dia. Entre estes personagens, Konoko é a única que é mais fiel. Mas, mesmo desabafando com as suas personagens, isso não lhe serve de nada. Konoko não pode ouvir, não pode falar e está sempre a sorrir, mesmo que o desabafo de Jiyoana seja doloroso. Sempre que Jiyoana começa a desenhar, apenas lhe vem a imagem daquela noite, daquele dia e daquela pessoa. O bilhete em cima da cama, amachucado e molhado como se o escritor tivesse estado a chorar enquanto escrevia. A tinta borrada e um pouco ilegível. O candeeiro no chão, a toalha de banho com manchas de sangue… Jiyoana não consegue tirar estas imagens da sua cabeça. Principalmente, a pergunta que faz e sobre a qual reflecte a toda a hora, “porquê?”. “Eu quero fugir” são as palavras que apenas consegue dizer. Quer fugir deste mundo, da vida que tem e do seu passado. A lâmina do x-acto que estava ao lado dos pincéis que um dia, puderam copiar a imagem bela do seu passado, chamava-a, dizia-lhe que era a única opção que a podia ajudar. A sua mão que tremia como se tivesse revivido aqueles momentos, segura no x-acto laranja, que já a ajudou a representar, em tempos, uma personagem bastante falada nas histórias. Jiyoana tem medo do que possa acontecer… será que se vai arrepender? Se o fizer, não pode voltar atrás. E o seu passado, pode? O seu pulso começa a sangrar. Gotas de sangue caiem no tapete azul do seu quarto. São as lágrimas que deitou e que nunca vai conseguir secar. Jiyoana senta-se na cama. O quarto iluminado pela lua, não deixa ver o seu rosto de alegria… sim, Jiyoana estava feliz. A cada segundo que passava sentia que estava a esquecer o seu passado. Finalmente. As suas últimas palavras foram “desculpa, Konoko”, pois nunca mais poderia voltar a desenhá-la. O seu corpo cai para cima da cama. Jiyoana fugiu ao seu passado. A folha onde estava Konoko, começou a brilhar e umas letras cinzentas claras, com uma caligrafia desconhecida, escreviam: “E o futuro?”.

Joana Cascais
10º E

sexta-feira, 9 de março de 2007

Texto motivado pela leitura do poema "A Fuga", de Miguel Torga


Fui até ao parque. Só tive tempo de fazer um rascunho numa folha e de a deixar na mesa do hall. Fugi de tudo e todos, aconchegando-me no banco mais distante e mais escondido entre as árvores. Já as luzes acesas dos candeeiros citadinos não eram suficientes para iluminar todo aquele recinto. Mas não me importei, sinceramente, naquela altura nada me importava.
O que realmente queria era fugir à confusão diária. Tudo aquilo que me faz viver um dia numa hora e que, por isso, não sabe a nada. O acordar mal disposto, o pequeno almoço que engulo de uma só vez, o trânsito insuportável, os casos de corrupção, as caras saturadas lá no emprego, as pessoas que se dizem amigas e ficam-se só por aí, o trabalho e prazos que tenho que cumprir, os programas de TV tão banais, as telenovelas pastilha elástica, os vizinhos mais chatos que se pode ter, os casos deprimentes a que ninguém deita a mão… Punha tudo num saco bem fechado e atirava-o para longe. Não sei se era o mais certo de fazer, mas sem dúvida que a curto prazo me sentiria melhor. Não me agradava o modo natural (ou não) de as coisas acontecerem, a maneira sem graça de passar os dias e toda a falta de regalias que temos. Mas a verdade é que também não encontrei solução para uma mudança na vida.
Se calhar precisava de ter tempo para mim… sei que isso é fundamental. Falar comigo e ouvir-me é sempre vantajoso porque acabo por me conhecer melhor e claro, vou crescendo em todos os sentidos. Por isso, penso que se pudesse fechava-me no meu quarto e no escuro permaneceria até ficar menos abafada deste mundo. Chamar-me-iam doente, com certeza, mas quem sabe, não criaria um mundo só meu onde tudo fosse mais fácil e onde me sentisse livre.
O tocar do meu telemóvel fez-me despertar ecoando pela rua deserta do parque. Resolvi não atender mas… a curiosidade falou mais alto e ao ver que era a minha melhor amiga (aquela com quem divido a casa) quem me ligava, atendi. Mais uma vez uma amiga assídua que se preocupava comigo, querendo saber se estava tudo bem. Tinha-se inquietado por ver na mesinha do hall a única pista acerca do meu paradeiro: “ Fugi de Tudo. Volto Tarde.”
Sílvia Rafael, 10º C