domingo, 30 de novembro de 2008

E a poesia?

Morre lentamente
quem não viaja,
quem não lê,
quem não ouve música,
quem destrói o seu amor próprio,
quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente quem se transforma escravo do hábito,
repetindo todos os dias o mesmo trajecto,
quem não muda as marcas no supermercado,
não arrisca vestir uma cor nova,
não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem evita uma paixão,
quem prefere o "preto no branco"
e os "pontos nos is" a um turbilhão de emoções indomáveis,
justamente as que resgatam brilho nos olhos,
sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho,
quem não se permite,
uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte
ou da chuva incessante, desistindo de um projecto antes de iniciá-lo,
não perguntando sobre um assunto que desconhece
e não respondendo quando lhe indagam o que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves,
recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior do que o
simples acto de respirar.
Estejamos vivos, então!»

Pablo Neruda

O ladrão que cortava páginas de livros antigos

Estragou 150 livros mas acabou por ser apanhado e levado a tribunal

Leia o resto desta notícia: http://dn.sapo.pt/2008/11/29/dngente/o_ladrao_cortava_paginas_livros_anti.html

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Marisa Almeida, 10ºG

O Aloendro Branco, de Janet Fitch

Este livro conta-nos a história de uma mãe e de uma filha que são inseparáveis.
Ingrid é escritora e Astrid, a sua filha, acompanha todos os passos da mãe. Mas algo faz com que a vida das duas mude radicalmente. Ingrid mata o namorado e é condenada a prisão perpétua.
Astrid frequentará vários orfanatos e famílias de acolhimento. Vai conhecendo a verdade nua e crua sem qualquer tipo de protecção.
Ambas levam caminhos diferentes, mas o destino vai ocupar-se de nunca separar, mãe e filha.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Ana Carolina, 11ºC


Temos de falar sobre o Kevin, de Lionel Shiriver




Temos de falar sobre o Kevin é um livro da escritora e jornalista Lionel Shiriver. Kevin é um adolescente que dois dias antes de fazer dezasseis anos disparou contra 7 colegas da escola, um funcionário da cantina e um professor do liceu. Agora, passados dois anos, Kevin encontra-se numa prisão para jovens delinquentes e a mãe vê-se obrigada a rever diariamente a história do filho, numa tentativa de descobrir de quem fora a culpa.
Ao lermos este livro podemos quase ver o que é que a mãe sente, ou seja, a autora relata de tal maneira os sentimentos que consegue transportar o leitor para a personagem mãe. Além disto, conseguimos entender por que é que Kevin fez aquilo - é claro que não havia razões nenhumas para matar pessoas inocentes só porque estava frustrado, mas com este livro conseguimos ter noção do que se passa na cabeça de um assassino de 15 anos, perceber a razão dessa frustração, que neste caso será mãe, e é nele que Kevin e outras pessoas descarregam a culpa.
Neste livro, a narradora fala do quão difícil é criar um laço de fraternidade com um filho e da difícil escolha entre a carreira e a vida doméstica.
Trata-se de uma história que relata aquilo que se passa nos EUA, em que um certo adolescente entra numa escola com uma arma e mata x pessoas, só porque não gosta da vida ou porque se sente frustrado, e é neste livro que nos revelam esses mesmos sentimentos o leva a fazer isso, e os sentimentos que vem depois do incidente… arrependimento ou, se calhar, não… porque, por exemplo, no caso de Kevin, há uma parte no livro que ele diz que não se arrepende de nada do que fez, pelo contrário - tem orgulho disso!

E o que mais me incomoda é o facto de, na prisão, os outros rapazes o admirarem por causa disso, tem-lhe respeito…
Aconselho todos a lerem este livro, porque nos mostra a realidade e os sentimentos de uma mãe e de um filho…

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Sara 11ºE

O Amante Da Minha Mãe, de Urs Widmer

Autor:
Urs Widmer
Natural de Basileia (1930) e formado em filologia Germânica, Urs reside em Zurique, sendo autor de já uma vasta obra e um dos escritores suíços mais aclamados da actualidade.


Classificação da obra:
Lírica e nostálgica

Acção Principal:
A acção principal prende-se com todos os concertos de Edwin e tudo o que ele faz para chegar ao seu sonho de ser maestro.

Acção secundária:
A acção secundária está associada ao amor distante de Edwin e Clara.

Personagens:
Urs Wdmer, na pele de protagonista, filho de Clara. Clara, a mulher que amou Edwin, Edwin, o maestro, o pai e a mãe de clara, o avô, o bisavô e a bisavó de Clara e, por fim, o compositor local.

Personagem que mais agradou:
A personagem de que mais gostei foi Clara, a amante de Edwin, pois esta nasceu no seio de uma família rica e acabou pobre com medo de terminar num asilo; era solitária, o seu pai dizia que tinha uma má maneira de ser, era muito nervosa, chegando a estados caóticos. Era muito pensativa e bastante educada, devido ao seu pai; era também sonhadora e imaginativa. Clara nunca chorava, pois nunca viu ninguém chorar. Quando era jovem, possuia uma beleza deslumbrante, parecia saída de um sonho. Tinha as pernas compridas, saltos altos em agulha, olhos pretos, lábios cheios, estola em volta dos ombros, chapéu do tamanho da roda de um carro, e uma enorme juba de cabelo encaracolado.


Espaço:
Esta história desenrola-se em muitos espaços. Estes são: na rua, na casa do compositor local, no espaço onde decorriam os concertos, na casa de Clara e na casa do pai de Clara.

Tempo:
Esta obra decorre nos anos vinte.

Momento mais importante:
O momento mais importante desta obra é quando Edwin e Clara, por acaso, se começam a aproximar e a gostar um do outro.

Opinião:
Uma história europeia de contos sobre os loucos anos vinte, a guerra, a música contemporânea e o amor absoluto que flui como uma fábula. Do amor à distância. Protagonizado pelo próprio autor, estando ele na pele de filho de Clara, mulher que amou o maestro Edwin.
Uma história comovente, que nos mostra até onde pode chegar o amor.


quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Rita Oliveira nº 21 11ºC

Quando Os Violinos Se Calaram, de Alexander Ramati

Baseado em relatos verídicos, “Quando os Violinos Se Calaram” dá-nos a conhecer a história de um povo e as atrocidades que contra ele foram cometidas.
Através dos apontamentos de Roman Mirga, Alexander Ramati conta-nos uma história de perseguição, traição e sobrevivência.
Pessoalmente, desconhecia o facto de que outros povos, para além dos Judeus, passaram por Auschwitz. O sofrimento dos Judeus é uma realidade mundialmente conhecida; o diário de Anne Frank foi considerado o documentário mais dramático da segunda guerra mundial, vários filmes mostram-nos como a vida de muitos polacos mudou devido à presença de um só homem que, com ele, levou exércitos e vidas. Contudo, nenhum filme ou livro é tão marcante como este. O que me atraiu neste livro foram os relatos incrivelmente detalhados e como palavras simples e usadas podem ter tantos sentimentos. Roman Mirga demonstrou-nos como os seus sentimentos pessoais eram, na verdade, sentimentos universais, como, através de situações peculiares e traumáticas, amadureceu muito mais rápido do que os outros jovens com a sua idade. É profundamente decepcionante saber que o resto do mundo encarou esta situação, deste povo, com uma indiferença desumana. Um dos momentos que teve um grande impacto em mim foi quando os Alemães começaram a realizar experiências em crianças. Crianças indefesas, ingénuas e alheias ao que estava a acontecer foram tratadas como ratos de laboratório com o único objectivo de que, através delas, um psicopata pudesse alcançar a sua imagem de “perfeição”. Após ler esta história compreendi como estava enganada; a descriminação não era religiosa, não era só para com os Judeus devido às suas crenças. Apesar de serem arianos como os alemães, os ciganos foram assassinados porque eram nómadas, criminosos, ladrões e parasitas.
Em conclusão, não considero Roman Mirga o protagonista desta história. Ele é apenas a voz do protagonista, o povo cigano. Roman conseguiu escapar de modo a que 500 mil mortes não fossem apagadas. “Quando os violinos se calaram” é simplesmente um testemunho, o testemunho do holocausto do povo Romani. É uma lição de história e de humanidade encontrada num livro que, infelizmente poucas pessoas têm conhecimento da sua existência.

Bárbara Fernandes nº6 11ºC

Elle Wiesel, Noite
O adolescente irrequieto, embora observador, viu a sua família e os seus amigos serem avisados pelos vizinhos alemães das barbaridades cometidas pelo regime nazista. Em terna idade, o seu olhar de criança contemplou os horrores de Auschwitz e Buchenwald, a separação da sua família (mãe e irmã) e a morte lenta do seu pai. Escrito em 1958, é um excelente livro de memórias, provavelmente, o mais revoltado e intenso relato do holocausto. O autor causa horror do que é capaz o ser humano, quando levado às últimas instâncias da fome e da dor.
A minha opinião: É um livro de simples leitura e sobre um tema pelo qual me interesso. É completamente diferente dos diários de Anne Frank, pois deixa de lado, o lado mais inocente, sendo mais intenso e revoltado. O narrador é o autor. A acção decorreu no passado. O tempo foi em 1944-1945. O espaço é os campos de concentração.

Alguns dados biográficos sobre o autor: Nasceu em 1928 em Sighet (Roménia actualmente). Foi deportado para o campo de concentração aos 15 anos no ano de 1944. Ele é libertado em Abril de 1945. A sua família morre. Após a guerra, estudou Literatura, Filosofia e Psicologia em Paris. Tornou-se escritor e as suas obras abordam o Holocausto e figuras bíblicas e talmúdicas.
Trilogia: El Alba e El dia.

Recebeu em 1986, o prémio Nobel da Paz pelo trabalho na produção dos Direitos Humanos, entre outros prémios.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Marina Fernandes, 10º G

John Grogan, Marley e Eu

Marley & Eu narra-nos a história de um casal recém-casado, John e Jenny , que queria começar a formar família, mas estava incerto sobre as suas capacidades como pais e, por isso, como ambos já tinham tido uma infância acompanhada de um amigo de quatro patas, decidem que este seria um bom treino.
Decidiram chamar ao novo habitante da casa Marley, porque ambos adoravam o cantor Bob Marley. Marley era um labrador retriever muito brincalhão e amigável que só fazia diabruras, babava-se, roía, comia, partia, arrastava com a cauda tudo por onde passava. Marley crescia a um ritmo galopante e, com o passar do tempo, Jenny e John mudaram de casa, e de emprego, tiveram três filhos (Connor, Colleen e Patrick) que adoravam o seu super-cão. Tudo estava perfeito assim que se mudaram finalmente para a sua nova casa na Pensilvânia. Mas nem tudo correu bem. À medida que o tempo passava, Marley começava a ficar cada vez mais fraco e velho, começava a ter doenças e problemas nos ossos que mudaram por completo a sua vida, deixou de poder mover-se como antes, tinha uma péssima audição e visão.
Até que depois de várias crises e operações, Marley acabou por morrer e toda a família ficou afectada pelo acontecimento. A casa já não parecia a mesma, estava ‘vazia’. Mas Marley não foi embora por completo, deixou uma importante marca e lição de vida no coração da família. Até o cão mais mal comportado do mundo pode mostrar aos humanos as coisas realmente importantes na vida - ensinou-lhes a viver um dia de cada vez, a ser optimista em face das adversidades, a importância da amizade e, acima de tudo, a lealdade.

Joana Campião 10ºG

A dádiva, de Danielle Steel.

Este livro conta-nos a história de duas famílias cujas vidas vão acabar por se cruzar.
Liz e John são pais de duas crianças, Tommy e Anny. Mais tarde a pequena Anny adoece com meningite e acaba por morrer, o que vai fazer com que a relação dos pais se desgaste, porque nenhum quer aceitar a morte da filha. Também negligenciaram o filho mais velho.
A outra história começa com uma jovem de 16 anos, que se chama Maribeth, que está a concluir o ensino secundária e vai ao seu baile de finalistas.
Maribeth sempre teve uma paixão pelo rapaz mais popular da escola, Paul Browne, que vai embebedá-la e convencê-la a ter relações sexuais. Maribeth engravida, os pais mandam-na para um convento até nascer o filho, mas ela acaba por fugir para uma pequena cidade, a cidade onde Tommy e a família vivem.
Maribeth consegue arranjar trabalho e casa. Ela trabalhava no café onde Tommy costumava jantar, conheceram-se e acabaram por se apaixonar. Os pais de Tommy tomam conhecimento da gravidez de Maribeth e apoiam-na em tudo o que podem, até que vai viver com eles no fim da gravidez. Entretanto, Maribeth decide entregar a sua filha aos cuidados dos pais do Tommy.
Salva o casamento deles, continua a namorar com Tommy, mas volta para a sua cidade, faz as pazes com os pais e vai para a universidade.

Tânia Quendera, 11º C


Marguerite Duras, O Amante

Cabelos pesados, flexíveis, dolorosos. Corpo delgado, quase frágil. Habitualmente coloca bâton vermelho e põe creme para tentar esconder as sardas das maçãs do rosto e por debaixo dos olhos. Usa vestidos simples, um chapéu de homem de abas direitas, um feltro mole cor de pau-rosa com uma fita preta larga. Calça sapatos de lamé dourado.
É assim que se descreve Marguerite Duras quando tinha 15 anos e meio de idade. Era branca e pobre. Tinha dois irmãos, o mais novo de quem gostava muito e que mais tarde se viria a tornar contabilista e o irmão mais velho, irmão este problemático que roubava, tinha ar de arrogante. A sua mãe era professora e lutou arduamente para criar os seus três filhos.
Marguerite Duras foi desde sempre incentivada pela mãe para que tirasse o secundário e mais tarde um belo curso de matemática. E fê-lo! Mas o seu grande sonho era escrever. Contudo, a sua mãe achava que essa ideia era passageira, ideia de criança.
Nasceu na Indochina em 1914 e passou grande parte da sua vida aí. Com 15 anos e meio, dormia num pensionato em Saigão. Porém estudava no liceu francês.
Certo dia, um homem muito elegante fez-se avistar por aquelas bandas. Era chinês, rico. Era detentor de uma grande fortuna. Ele estava numa limusina e olhava aquela menina tão doce e frágil. Tinha 27 anos de idade. Foi nesse dia. Conheceram-se. E a partir daí ele passou a ser amante da rapariguinha. Ele levava-a aos mais luxuosos restaurantes chineses, levava-a para o seu apartamento onde trocavam carícias um com o outro. O chinês, rico, tinha medo que soubessem, pois ela era demasiado nova. Todavia a mãe e os irmãos vieram a conhecê-lo dias mais tarde. Habitualmente, ia buscá-la ao pensionato e por vezes ao liceu, na sua limusina. Levava-a, e ela descobria numa cama os segredos do amor, do prazer. Por vezes nem ia dormir ao sítio do costume (pensionato).Raramente falavam deles próprios um ao outro. Choravam, enquanto viajavam pelos corpos um do outro. Ela talvez não o amasse. Estava apenas interessada no seu dinheiro.
Os dias passaram-se, e ele no seu apartamento grita-lhe que se cale, diz que já não a quer, não quer ter mais prazer com ela. E é assim que termina este romance.
Mais tarde, soube-se que o homem chinês se apaixonara por semelhante rapariga. Desta vez não é branca, é chinesa e possui a mesma idade que Marguerite.
Os anos passaram e com 18 anos, ela mudou-se para França. Tirou o seu curso de matemática e começou a escrever livros. Em determinada altura um indivíduo telefona-lhe a dizer que ainda a amava e que a amaria até à morte. Era ele! Ela conhecera pela voz, pela pronúncia chinesa! Era o amante!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Ana Narciso - 10ºG

Fernanda Ruaz, Andar para além da dor

Esta história é uma história verídica de uma mulher inteligente e culta que na sua infância teve a infelicidade de contrair uma doença chamada “Artrite Reumatóide”, doença essa que a tem acompanhado toda a vida.Tudo começou aos 10 anos de idade. Fernanda tinha muitas dores nas articulações, pulsos inchados, no outro dia os pés inchados, não podia andar e tudo se estava a tornar muito difícil.Não tinha mãe, o seu pai não a conhecia bem. Tinha seis irmãos muito novos, apenas uma irmã mais velha que acha que ela é uma “papa-açordas”, porque não sabe jogar ao ringue nem correr. Não podia contar com ninguém. Nunca compreendiam nada.Então, Fernanda foi para Lisboa para casa da tia, que também não a ntendia muito bem, mas era muito sua amiga e ficou muito preocupada logo que soube que Fernanda tinha dores.No dia seguinte foi a uma consulta no hospital e ficou internada um mês. Os médicos disseram que tinha febre reumática. Entretanto, saiu do hospital e já não tinha dores, voltou para a escola.Passado algum tempo, as dores voltaram e de que maneira - nem se podia levantar da cama para fazer nada.Doíam-lhe tanto os joelhos, os pés, todas as articulações estavam inchadas e quentes.Foi outra vez para o hospital, iria perder o ano por faltas.A única coisa interessante que aconteceu na sua vida foi poder ler.Lia tudo, desde o tio patinhas a Eça de Queirós. Pediu para sair do hospital, pois só existia sofrimento, tudo lhe parecia triste.Nesse momento tinha que tomar de seis em seis horas duas aspirinas, tinha muitas dores e nunca mais conseguiu correr. Na escola não fazia ginástica e raramente ia ao recreio com medo que a empurrassem ou aleijassem.Parece que agora a vida de Fernanda iria mudar, já há alguns dias que não ia à escola. Tinham que a levar para todo o lado ao colo, não podia comer sozinha, o seu corpo não a obedecia, tudo lhe doía.Mas pensou que iria melhorar, porque ia a uma consulta ao Instituto de Reumatologia. Foi uma médica que a consultou, Fernanda afinal não tinha febre reumática, mas sim uma doença muito grave chamada “Doença de Still”. Já com 15 anos, estava uma senhora e apaixonara-se - o seu namorado era lindo. Agora compreende os romances de amor que lia, ou melhor, que devorava.Descobriu muitos poetas portugueses e os seus melhores companheiros são os livros.O médico que a assiste agora era outro, é muito seu amigo e é a única pessoa que percebia as dores que ela apresentava e como era preciso ter força para superar. Sim, porque só restava superar. Serrar os dentes e andar até ao limite da dor. Quando a dor é demais fecham-se os olhos e fica-se à espera, quieta, aguardando que a cortisona actue e que a crise passe. Não há mais nada a fazer.Fernanda achava que nunca se iria casar, embora gostasse do namorado - não imaginava o seu futuro como dona de casa.Ela gostava de ser professora primária, porque adorava crianças e transmitir conhecimentos e despertar as crianças para as coisas bonitas da vida devia ser óptimo. É difícil escolher a profissão quando não se pode confiar nas capacidades do corpo. Foi para o ensino técnico porque só ia para o liceu quem pudesse prosseguir estudos superiores, o que não era o seu caso.Quem lhe pagaria os seus estudos? Ainda por cima precisava de começar a ganhar dinheiro para ajudar a sua tia.Mas como? Como iria fazer, se tem tantas crises, às vezes até faltava à primeira aula, porque quando se levantava de manhã o seu corpo parecia um bocado de ferro, duro e pesado.Acordava e, em pensamento, de um pulo punha-se em pé, ia até ao duche, vestia-se em dois minutos, fazia o rabo de cavalo e ia correr escada abaixo… Mas só em pensamento, porque ela não se sentia verdadeiramente ela, era muito diferente. Primeiro mexia a cabeça na almofada e experimentava levantar-se como quem precisava de pedir autorização ao ombros e aos dedos para se pentear, mas não desistiu! A doença não havia de ter mais força do que ela, dizia Fernanda.As pessoas saudáveis não se apercebem a maravilha que é a liberdade dos movimentos.
Decidiu não pensar mais na doença. O seu curso era à base de desenho e de oficinas de arte, o que nem sempre a agradou. Acabou o curso e começou a procurar emprego.Respondeu a um anúncio para desenhadora, podia ser uma boa profissão para ela, não era preciso fazer força com as mãos, era criativo e até devia ser fácil.Entrou no mundo do trabalho. Tinha nesse momento 17 anos e ia casar-se.O seu bebé nasceu - como foi que uma pessoa tão frágil e tão doente teve um rapaz tão perfeitinho? Durante toda a gravidez não tomou medicamentos, quase não teve dores, o pior foi depois do parto, teve uma crise tremenda que nem conseguia pegar no seu bebé ao colo.Posteriormente foi a um médico de recuperação física que a deixou de rastos. Disse-lhe que nunca tinha conhecido ninguém aos 26 anos que estivesse tão afectado pela Artrite Reumatóide. Respondeu-lhe certamente que tinha falta de experiência e nunca mais lá apareceu.Fernanda fez um exame “ad-Hoc” e ficou aprovada com 15 valores a todas as disciplinas. Entrou na Faculdade de Letras, em Lisboa, no curso de Filosofia.Foi a um novo médico de reumatologia, bem mais positivo, e iniciou um novo tratamento. Decidiu, então, operar os pés antes de voltar ao trabalho.A operação correu bem, embora os pés não tenham ficado 100% bons.Começou a dar aulas de filosofia.Passado algum tempo decidiu pedir a aposentação por invalidez - o esforço para apanhar os transportes estava a tornar-se muito penoso. Passaram três meses e Fernanda sentia-se bem melhor.Agora restava-lhe esperar por uma tarde de sol para experimentar ir até à praia correr na areia à beira-mar. Precisava que o mar e o sol a ajudassem a concretizar este desejo de longa data, precisava da liberdade dos movimentos. Estava com os pés na areia molhada e ia correr! Deu um passo longo, mais outro, corria praia fora! Ligeira, leve, livre.
Não tem medo do futuro e enquanto tiver memória nada poderá apagar em si a alegria e a gratidão por tudo quando lhe foi dado a viver.Os momentos de dor são rapidamente esquecidos, quando de algum modo os ultrapassamos e nos deixam mais fortes. Neste momento é uma mulher feliz e grata.Crê, efectivamente, que conquistou a sua liberdade, não apenas as das articulações, mas sobretudo a do pensamento.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Fábio Prazeres - 11ºF

Quero Ser Outro, Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada

Alexandre é um rapaz normal que está farto da escola, da família, da rapariga que gosta dele, da rapariga de que ele gosta (e que não é correspondido) e de si próprio.
No fim de uma tarde, ao anoitecer, decide dar uma volta pelas docas e instalar-se numa esplanada onde conhece um rapaz igual a ele, um sósia. Ele chama-se Alex e trabalha como empregado no iate de um multimilionário. Após uma longa conversa descobrem que ambos se encontram frustrados com as suas vidas e decidem trocar de lugar durante um mês e partir para a maior aventura das suas vidas.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Flávio Moço - 10ºH

Hitchcock, Assassinos à solta
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Alfred_Hitchcock)

Um jogador com sistema

Esta é uma história sobre póquer. Carrick, interessado em jogar, foi a um bar. Quando lá chegou começou a meter conversa com o empregado e assim que teve confiança com este perguntou-lhe se havia por ali algum sítio onde pudesse jogar. Joe disse-lhe nesse instante que era proibido jogar naquela cidade. O jovem depois de confirmar que Carrick não era polícia, indicou-lhe um sitio, mas avisou-o de que não era seguro. Disse-lhe que se ganhasse muito dinheiro o mais provável seria ser agredido para o roubarem . No dia seguinte, Carrick foi ao casino. Andou, andou até que viu o porteiro. Entregou-lhe um cartão que o empregado lhe tinha dado. Carrick dialoga com o dono do casino, observa o ambiente, pede dez fichas de cem dólares e dez dólares em moedas. Sam pede a todos para se juntarem a ele, pois assim iriam ganhar mais dinheiro. Contudo, Sam desiste e vai-se embora. Carrick ganha, mas Croupier diz-lhe que não apostou no devido tempo. Carrick começa a protestar e todos os jogadores ficam do seu lado. Keyser (dono do casino) diz para lhe entregarem o dinheiro, mas faz sinal ao “gorila” para este o reaver. Ao sair, Carrick é salvo por Sam que sabia o que lhe iria acontecer e bate fortemente com um pau na cabaça do “gorila”, seguindo depois para carro de Carrick.

João Albuquerque - 10ºH

O Perfume, de Patrick Suskind
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Patrick_S%C3%BCskind)

No séc. XVII, em Paris, nasce Jean-Baptiste Grenouille. Este rebento nasce sem possuir cheiro algum e durante a sua juventude todos ficam aterrorizados com o pequeno. Cresce e, aos poucos, apercebe-se de que tem um olfacto bastante apurado e consegue até guiar-se melhor pelo cheiro do que propriamente através da visão.
À medida que cresce vai dedicar a sua vida a “o perfume” e à extracção dos cheiros das coisas mais cheirosas que ele puder possuir. Mas isto não lhe será suficiente, ele irá extrair o odor de 25 puras virgens e irá encontrar, um cheiro, uma essência, uma aura, para si próprio. Pelo seu caminho encontrará Baldini, Taillade-Espinasse e Richis entre outros, de quem o nosso protagonista irá servir-se para atingir o seu grande objectivo.
A trama termina exactamente com a morte de Grenouille pelos efeitos causados pelo seu último perfume (o da 25ª virgem). Este será esquartejado e comido devido ao desejo que desperta nas pessoas com a sua nova aura.

Bruno Marquinhos - 10ºH

Os reinos do norte , de Phillip Pullman

Lyra é uma criança rebelde de 11 anos que tem como parceiro um génio, génio esse que a acompamha sempre – chama-se Pantailamon e tem a capacidade de mudar de forma. Não é só Lyra que tem um génio, praticamente todos as personagens têm um génio. Lyra está escondida dentro de um armário com Pantailamon, na tentativa de ouvir a reunião que vai acontecer entre o conselho, mas sem querer presencia a tentativa de assassinato do seu tio, Lord Asrael, cujo génio é uma pantera branca com olhos verdes, que acabou de voltar de uma expedição dos reinos do norte. Na reunião mostra a sua nova descoberta, o Pó, que é aquilo de que as auroras boreais são feitas. As novas descobertas de Lord Asrael têm um grande impacto, uma vez que podem ser a prova de que as almas existem. No entanto, a dada altura, vários meninos pobres começaram a desaparecer, raptados por Sra Coulter, muito esbelta, de cabelos negros cujo génio era um macaco dourado com um olhar extremamente malicioso. Depois de raptados, os meninos são metidos num barco e enviados para o norte, para onde, entretanto, Lord Asrael voltou.

Até que um dia, Roger, o melhor amigo de Lyra, desaparece sem deixar rasto. Ela é convocada para uma reunião no colégio, reunião em que aparece a Sra. Coulter e o seu macaco dourado. Lyra viaja com a Sra. Coulter tornando-se sua assistente. Antes da viagem, o Mestre do colégio tinha-lhe dado um alteiómetro, uma espécie de astrolábio que só diz a verdade, mas ao qual é muito dificil fazer as perguntas certas. Em poucos dias, Lyra apercebe-se da ligação entre a Sra. Coulter e o desaparecimento das crianças. Assim sendo, à primeira oportunidade foge com os ciganos, de barco, subindo o rio, rumo ao norte, numa expedição de salvamento das crianças perdidas e do seu tio Asrael que entretanto tinha sido preso em Svalbard, terra dos ursos blindados. Entre os ciganos, estava Farder Coram, um homem sábio que conta a Lyra muitas coisas. Conta que Lord Asrael é o seu pai e a Sra. Coulter a sua mãe., que os dois estão envolvidos numa luta terrível. Lyra e os ciganos dirigem-se para o Norte, mais precisamente para a Lapónia. No caminho, param num porto onde Lyra recruta Lorek Byrnison, rei dos ursos blindados de Svalbard. Os ursos blindados são ursos polares, gigantes, com mais de 2 metros, inteligentes, orgulhosos, ferozes e que, como se não bastasse, ainda são especialistas na arte de trabalhar o metal. Cada um deles está vestido com uma armadura praticamente invulnerável. Lorek tinha perdido a armadura. Lyra recupera-a ganhando assim a sua lealdade. E seguem viagem, sempre para norte. São atacados e quem vem em sua ajuda são as feiticeiras. Que, embora vivam centenas de anos, são jovens e lindíssimas, principalmente a sua rainha, que se chama Serafina Pekkala. No entanto , entre muitas lutas com os tártaros, conseguem chegar ao seu objectivo. Lord Asrael, que lá se tinha instalado, constrói uma ponte entre mundos, com o objectivo de descobrir a origem do Pó. Lyra, atravessa-a.
E assim acaba este livro, a primeira parte de uma trilogia, do autor Phillip Pullman.

sábado, 26 de janeiro de 2008

Portugueses estão a comprar mais livros escolares e literários

26.01.2008, Alexandra Prado Coelho

Estudo apresentado ontem mostra que em 2005 houve um aumento significativo dos livros exportados para os PALOP

O mercado do livro escolar e da literatura em Portugal está a crescer, e as exportações de livros para os países africanos de expressão portuguesa aumentaram de forma significativa em 2005. Estes são dois dos dados mais significativos de um estudo sobre o mundo editorial e livreiro, encomendado pelo Ministério da Cultura e apresentado ontem em Lisboa. Os resultados são ainda preliminares, sublinhou, durante a apresentação na Biblioteca Nacional de Portugal, o coordenador do estudo, José Soares Neves, do Observatório das Actividades Culturais (OAC). Dados mais conclusivos deverão ser divulgados até ao final do ano, após a segunda fase deste Inquérito ao Sector do Livro. Mas, apesar de preliminares, estes são os primeiros dados oficiais recolhidos em Portugal sobre este sector desde 1998. Para ajudar a perceber o peso que o negócio dos livros tem na economia, o estudo revela que em 2005 se atingiu um volume de negócios de 381 milhões de euros (0,5 por cento do total da actividade económica, uma percentagem que corresponde à média europeia). Um outro estudo, elaborado pela consultora espanhola DBK e apresentado no ano passado, dava números mais recentes: 530 milhões de euros de volume de negócios em 2006. Um dos dados que chamam a atenção no estudo do OAC é o aumento do valor das vendas dos livros escolares e literatura entre 2000 e 2005. Se, em 2000, o valor das vendas de livros escolares era de 67 milhões de euros, em 2005 ele saltou para 91 milhões - e isto apesar de uma descida no preço médio dos livros vendidos, o que significa que se venderam realmente mais livros. O mesmo acontece com a literatura, que passa de 54 milhões em 2000 para 80 milhões em 2005, com o preço médio dos livros a manter-se sem grande alteração. Exportações para ÁfricaInteressantes são também os números relativos às importações e exportações de livros. A grande maioria dos livros importados por Portugal vem da União Europeia (50 milhões de euros em 2005). Por outro lado, o principal destino de exportação dos livros produzidos em Portugal são os países africanos de expressão portuguesa (um total de vendas perto de 19 milhões de euros, em 2005, o que representa uma subida bastante significativa se compararmos com 2000, ou mesmo 2004, em torno dos oito milhões). "Existe a ideia de que os países africanos de expressão portuguesa são um potencial inexplorado", afirma José Soares Neves, baseando-se nas entrevistas feitas a pessoas ligadas ao sector do livro neste primeira fase do inquérito. Quanto ao Brasil, a percepção é a de que "existe também um potencial, mas mais distante". As exportações só de livros portugueses para o mercado brasileiro sofreram uma quebra entre 2000 (3,5 milhões de euros) e 2005 (dois milhões).Mas se os editores pensam no potencial da lusofonia, apostam também num crescimento do mercado interno. "A dimensão deste é vista como um constrangimento", explica Soares Neves, mas há a percepção de que, apesar disso, tem potencial para crescer, sobretudo pelo desenvolvimento dos hábitos de leitura. "Best-sellers a vender 400 mil ou 500 mil exemplares era algo impensável há uns anos atrás."

http://jornal.publico.clix.pt/

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Clássicos baratos!

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