sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Tânia Quendera, 11º C


Marguerite Duras, O Amante

Cabelos pesados, flexíveis, dolorosos. Corpo delgado, quase frágil. Habitualmente coloca bâton vermelho e põe creme para tentar esconder as sardas das maçãs do rosto e por debaixo dos olhos. Usa vestidos simples, um chapéu de homem de abas direitas, um feltro mole cor de pau-rosa com uma fita preta larga. Calça sapatos de lamé dourado.
É assim que se descreve Marguerite Duras quando tinha 15 anos e meio de idade. Era branca e pobre. Tinha dois irmãos, o mais novo de quem gostava muito e que mais tarde se viria a tornar contabilista e o irmão mais velho, irmão este problemático que roubava, tinha ar de arrogante. A sua mãe era professora e lutou arduamente para criar os seus três filhos.
Marguerite Duras foi desde sempre incentivada pela mãe para que tirasse o secundário e mais tarde um belo curso de matemática. E fê-lo! Mas o seu grande sonho era escrever. Contudo, a sua mãe achava que essa ideia era passageira, ideia de criança.
Nasceu na Indochina em 1914 e passou grande parte da sua vida aí. Com 15 anos e meio, dormia num pensionato em Saigão. Porém estudava no liceu francês.
Certo dia, um homem muito elegante fez-se avistar por aquelas bandas. Era chinês, rico. Era detentor de uma grande fortuna. Ele estava numa limusina e olhava aquela menina tão doce e frágil. Tinha 27 anos de idade. Foi nesse dia. Conheceram-se. E a partir daí ele passou a ser amante da rapariguinha. Ele levava-a aos mais luxuosos restaurantes chineses, levava-a para o seu apartamento onde trocavam carícias um com o outro. O chinês, rico, tinha medo que soubessem, pois ela era demasiado nova. Todavia a mãe e os irmãos vieram a conhecê-lo dias mais tarde. Habitualmente, ia buscá-la ao pensionato e por vezes ao liceu, na sua limusina. Levava-a, e ela descobria numa cama os segredos do amor, do prazer. Por vezes nem ia dormir ao sítio do costume (pensionato).Raramente falavam deles próprios um ao outro. Choravam, enquanto viajavam pelos corpos um do outro. Ela talvez não o amasse. Estava apenas interessada no seu dinheiro.
Os dias passaram-se, e ele no seu apartamento grita-lhe que se cale, diz que já não a quer, não quer ter mais prazer com ela. E é assim que termina este romance.
Mais tarde, soube-se que o homem chinês se apaixonara por semelhante rapariga. Desta vez não é branca, é chinesa e possui a mesma idade que Marguerite.
Os anos passaram e com 18 anos, ela mudou-se para França. Tirou o seu curso de matemática e começou a escrever livros. Em determinada altura um indivíduo telefona-lhe a dizer que ainda a amava e que a amaria até à morte. Era ele! Ela conhecera pela voz, pela pronúncia chinesa! Era o amante!

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