quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Rita Oliveira nº 21 11ºC

Quando Os Violinos Se Calaram, de Alexander Ramati

Baseado em relatos verídicos, “Quando os Violinos Se Calaram” dá-nos a conhecer a história de um povo e as atrocidades que contra ele foram cometidas.
Através dos apontamentos de Roman Mirga, Alexander Ramati conta-nos uma história de perseguição, traição e sobrevivência.
Pessoalmente, desconhecia o facto de que outros povos, para além dos Judeus, passaram por Auschwitz. O sofrimento dos Judeus é uma realidade mundialmente conhecida; o diário de Anne Frank foi considerado o documentário mais dramático da segunda guerra mundial, vários filmes mostram-nos como a vida de muitos polacos mudou devido à presença de um só homem que, com ele, levou exércitos e vidas. Contudo, nenhum filme ou livro é tão marcante como este. O que me atraiu neste livro foram os relatos incrivelmente detalhados e como palavras simples e usadas podem ter tantos sentimentos. Roman Mirga demonstrou-nos como os seus sentimentos pessoais eram, na verdade, sentimentos universais, como, através de situações peculiares e traumáticas, amadureceu muito mais rápido do que os outros jovens com a sua idade. É profundamente decepcionante saber que o resto do mundo encarou esta situação, deste povo, com uma indiferença desumana. Um dos momentos que teve um grande impacto em mim foi quando os Alemães começaram a realizar experiências em crianças. Crianças indefesas, ingénuas e alheias ao que estava a acontecer foram tratadas como ratos de laboratório com o único objectivo de que, através delas, um psicopata pudesse alcançar a sua imagem de “perfeição”. Após ler esta história compreendi como estava enganada; a descriminação não era religiosa, não era só para com os Judeus devido às suas crenças. Apesar de serem arianos como os alemães, os ciganos foram assassinados porque eram nómadas, criminosos, ladrões e parasitas.
Em conclusão, não considero Roman Mirga o protagonista desta história. Ele é apenas a voz do protagonista, o povo cigano. Roman conseguiu escapar de modo a que 500 mil mortes não fossem apagadas. “Quando os violinos se calaram” é simplesmente um testemunho, o testemunho do holocausto do povo Romani. É uma lição de história e de humanidade encontrada num livro que, infelizmente poucas pessoas têm conhecimento da sua existência.

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