segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Pegadas na Areia, de Margaret Fishback Powers

Andreia Correia, 11ºI (Curso Profissional de Apoio à Infância)

Pegadas na Areia

Paula era coordenadora de uma colónia de férias e, com a ajuda dos pais e da irmã, realizava passeios e pequenas actividades para as crianças.

Num desses dias, decidiu organizar um piquenique fora da cidade. Com a ajuda dos pais, Paula levou todas as crianças para o sítio do piquenique. Para chegarem ao destino tinham de passar por cima das cataratas, numa saliência rochosa e escorregadia; entretanto, Paula perde o apoio dos pés e cai num turbilhão de água que a suga e a projecta sobre as cataratas. O seu pai mete a mão ao peito e tem um ataque cardíaco. A sorte deste é que, como havia greve nos hospitais, andavam duas enfermeiras a rondar aquela zona – salvaram-no e conseguiram resgatar Paula que foi de imediato transportada para um hospital gravemente ferida. Paul encontrava-se ligado a monitores cardíacos e tubos intravenosos. Com Paula e Paul em camas de hospital, Margie voltou ao passado relembrando-se de como tudo começara quando conhecera Paul.

Margie teve de voltar ao seu dia-a-dia normal; era professora e no 1º dia de regresso às suas aulas estava um tempo horrível e enquanto dava uma aula foi atingida por um raio, mas ficou bem. O dia terminou e quando todos os seus alunos foram para casa sãos e salvos, esta agradeceu a Deus.

Enquanto descansava e preparava as suas aulas, em casa, recebeu um telefonema e não queria acreditar no que ouvia… Um dos seus alunos ao chegar a casa tinha sido atingido por um raio e foi levado para o hospital. Pouco tempo depois morreu.

Com tanta coisa a acontecer, estes últimos tempos têm sido extremamente difíceis para Margie. Mas ao ter os seus alunos por perto, faz com que se abstrai, nem que seja por um bocado, de tudo o que se tem passado.

Paula, a sua filha, estava melhor, a recuperar dia após dia do acidente. Esta sentia-se bem e então decidiu voltar à sua vida, continuando a sua formação universitária. A partir daí tudo mudou, Paula conheceu um rapaz, o Tom, com quem se relacionou dizendo-lhe que não podia ter filhos, devido ao acidente que tinha tido.

O tempo passou e Tom decidiu ir ter com Margie e Paul, para discutir o seu futuro com Paula. Depois de muito falarem, a data do casamento foi marcada. Alguns dias depois emigraram para os EUA e lá alugaram um apartamento para o casamento. Paula tinha finalmente realizado o seu sonho e estava feliz.
Apesar de tudo estar a correr bem surgiu um problema: Paula tinha sofrido dores de cabeça terríveis e, por vezes, via manchas negras, ficando sem ver. Três anos depois, o problema agravou-se fazendo com que esta ficasse praticamente cega. Foi marcada então uma operação para meses mais tarde. Um mês antes Paul tinha sofrido vários ataques cardíacos. Umas semanas depois, Paula decidiu ligar a Margie a informar-lhe da situação e pediu-lhe as suas orações; foi a última conversa que tiveram – Margie, pouco tempo depois, nesse mesmo dia, morreu.
Finalmente chegou o dia da operação. Paula foi operada e tudo correra bem. A vida corria bem a Paula e Tom, quando alguns meses depois receberam um telefonema, com uma notícia maravilhosa: Paula estava Grávida.
Enquanto Paul e Tina assistiam a uma reunião de oração por homenagem a Margie, Tom telefona a anunciar que Paula tinha sido lavada para o hospital. Na manhã seguinte, Tom liga novamente a confirmar que ocorrera um milagre, nascera uma criança.
Eles acreditam que tudo isto foi milagre de Deus e que teve a ajuda de um poema que lhes terá dado forças:

Uma noite tive um sonho.
Estava a passear na praia com o meu senhor.
Pelo céu escuro passavam cenas da minha vida.
Por cada cena, percebi que eram deixadas dois pares
de pegadas na areia,
um que me pertencia
e outro ao meu senhor.

Quando a última cena da minha vida passou perante mim
olhei para trás para as pegadas na areia.
Havia apenas um par de pegadas.
Apercebi-me de que eram os momentos mais dificies
e tristes da minha vida.
Isso sempre me incomodou
e interroguei o Senhor
sobre o meu dilema.

"Senhor, quando decidi seguir-te, disseste-me
que caminharias ao meu lado
e falarias comigo durante todo o caminho.
Mas apercebo-me de que,
durante os momentos mais atormentados da minha vida,
há apenas um par de pegadas.
Não percebo por que razão, quando mais precisei de ti,
tu me deixaste."

Ele segredou: "Meu precioso filho,
eu amo-te e nunca te deixarei,
nas horas de provocação e de sofrimento. Nunca.
Quando viste na areia apenas um par de pegadas
foi porque eu te carreguei ao colo."